terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

naturalmente, como quem não estranha
toda letra te chama

(nem tudo é dia de sol
e toda minha mão desenha letra)

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Na pausa do silêncio, ando e penso – e, sobretudo respiro a explosão desse sol, cegamente amarelo .



quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Depois de acordados:
vivos.
Ar parado

Ele de olhos fechados
lúcidos
abandonados..
Ela de alma lavada
nua e experimentada .

Com a face calma
sofrem
O sorriso nos lábios
suspiram

Uma ternura imprevista
(por essa avessa realidade)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Era dia, os céus estavam limpos e pesados. Parou e sem seus passos ouviu o silêncio mover-se.
Sentindo a vida vibrar alta demais para o corpo deslizou para a janela, respirando cuidadosamente a fumaça cinza que tragara, segundos antes de chegar.
Apesar da cegueira momentânea e da falta de faro e de tato, sentiu o gosto de sol que despertava assim como ela, farrapos de nuvens vagarosas, suspensas no ar.
Dentro, outra vez, junto do homem que podia viver a qualquer momento. Encolheu seus ombros, sem procurar mais fundo a explicação.
Mergulhada enfim, numa alegria tão fina e intensa poderia dar-lhe um pensamento qualquer, meditou olhando a rua crepuscular, parada, preferiu o esquecimento...

Esquecer faz bem
(mas eu largamente te amo)